segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O CASO DATENA E O RETROCESSO DAS INSTITUIÇÕES JURIDICAS

Dr. BELCORÍGENES DE SOUZA SAMPAIO JÚNIOR


Hoje li a seguinte manchete: Datena é condenado em processo por “discriminação homofóbica”. Será que estamos diante de mais uma burrice judicial? De acordo com matéria do jornal Folha de S. Paulo:


“O apresentador José Luiz Datena foi condenado a uma advertência pela Secretaria da Justiça de SP, no processo administrativo que a Defensoria Pública move contra ele por “discriminação homofóbica”. O processo partiu de uma reportagem no programa “Brasil Urgente” durante a qual Datena usou expressões como “travecão butinudo do caramba” ao falar de um travesti. A informação é da coluna Mônica Bergamo, publicada na Folha desta segunda-feira (27). “Não houve discriminação. Falei sobre a agressão [depois da briga, o travesti empurrou o cinegrafista] e não sobre a opção sexual da pessoa”, diz Datena. A Defensoria vai recorrer pedindo que Datena seja multado em R$ 246 mil.” (1)


Não conheço a íntegra do processo que envolve o apresentador, mas gostaria de começar pela própria inconsistência conotativa da palavra “homofobia”, que é interpretada como “medo de homossexual”. Alguém em sã consciência acredita que Datena tenha medo de homossexuais?

Se o fundamento da condenação foi a frase “travecão butinudo do caramba”, conforme reportagem, o que seria então se afirmasse “travecão feio pra burro”? Ora, só mesmo qualificando como imbecil esse tipo de patrulhamento que se aproveita de qualquer gesto ou atitude minimamente suspeita com relação aos homossexuais para transformar o caso em uma apoteose pró-sodomia. Quando isso vai encontrar bom termo? Viva o bom senso, por favor.

Lembro-me de outro apresentador de televisão que foi “demitido por telefone” sob alegação similar e depois saiu da TV brasileira, mudando-se para Portugal. Há algum tempo em entrevista televisiva ele afirmou que dentre as “ajudantes de palco” no seu programa no Brasil existiam dois transexuais, coisa que ninguém sabia. Olha o paradoxo: o rapaz empregava legalmente dois homossexuais e era acusado de homofóbico. Vai entender…

Contudo, é possível sim entender: trata-se de um tipo orquestrado de histeria coletiva das chamadas “minorias pseudo-perseguidas”. Se isso vai ser a regra a partir de agora neste Brasil de pão e circo, que tal incluir dentre as tais minorias os judeus ortodoxos, os cristãos conservadores, os índios pataxos, os negros albinos, os orientais pintados com trejeitos de imbecis nas paródias no cinema e na televisão.


Ronald Dworkin disse:

“O Estado poderia então proibir a expressão vívida, visceral ou emotiva de qualquer opinião ou convicção que tivesse uma possibilidade razoável de ofender um grupo menos privilegiado. Poderia por na ilegalidade a apresentação da peça o mercador de Veneza, os filmes sobre mulheres que trabalham fora e não cuidam direito dos filhos e as caricaturas ou paródias de homossexuais nos shows de comediantes. Os tribunais teriam de pesar o valor dessas formas de expressão, enquanto contribuições culturais ou políticas, contra os danos que poderiam causar ao status ou à sensibilidade dos grupos atingidos”. (2)

O Grupo Gay da Bahia pode afirmar que a Jesus Cristo era gay, porém quando os cristãos afirmam exatamente o inverso é discriminatório? Que justiça de dois pesos e duas medidas é esta? O que há é uma justiça oficial e vendida aos holofotes da mídia chique, que distribui Medalhas Oficiais para quem defende um circo de horrores em avenida pública, uma verdadeira defenestração da imagem humana, chamada “passeata gay”. Medalhas para quem defende a família e a monogamia não existem. Só cadeia e multa. Não é a toa que a nossa balança de exportação de aberrações sexuais seja superavitária, além de sermos um destino preferido para o turismo sexual, pedofílico principalmente. Aliás, desde a colonização, nada mudou neste sul do equador.

A questão é a seguinte: cada um tem o direito de defender a ideologia que quiser, seja ela pró ou contra qualquer coisa (desde que lícita). Mas o Estado não pode violentar a liberdade de pensamento e de expressão dos seus cidadãos, pois isso equivale a estabelecer um ilegítimo tribunal cultural. Conheço um líder cristão que está fora do Brasil, pois foi ameaçado por grupos homossexuais brasileiros que querem promover uma batalha de processos e violências contra ele. É o imperialismo gayizista que almeja CALAR toda voz discordante, enquanto tenta PURIFICAR com a Vara do Estado o mundo dos insuportáveis heterossexuais convictos. Aliás, quem ainda tem a coragem de possuir e defender convicções neste mundo de ambigüidades convenientes?

Sou contra qualquer incitação de violência ideológica ou física, porém cercear a livre manifestação do pensamento é um retorno à idade das trevas.

Deus nos livre destes radicais da mordaça. Viva a liberdade.



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O Dr. Belcorígenes de Souza Sampaio Júnior é advogado, professor de Direito Constitucional e Hermenêutica Jurídica, Mestre em Direito Pela UFPE, Mestre em Direitos Fundamentais (D.E.A.) Pela UBU/Espanha, doutorando (em fase de depósito de Tese) em Liberdades Públicas pela UBU/ Espanha.

E-mail do autor: bsampaiojr@bol.com.br

NOTAS:

1- http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2010/12/27/datena-e-condenado-em-processo-por-discriminacao-homofobica.jhtm
2- DWORKIN, Ronald. O direito da Liberdade: a leitura moral da Constituição norte-americana. Trad. M. Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2006.


Fonte: www.juliosevero.com

http://juliosevero.blogspot.com/2010/12/o-caso-datena-e-o-retrocesso-das.html


Leia também do Dr. Belcorígenes Sampaio:

Liberdade religiosa versus liberdade de expressão

27 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A CRUZ ANTIGA E A NOVA.

Por Pr. W. A. Tozer*


Totalmente sem aviso e desapercebida, uma nova cruz surgiu nos círculos populares evangélicos nos tempos modernos. parece-se com a antiga cruz, mas é diferente: AS SEMELHANÇAS SÃO SUPERFICIAIS; AS DIFERENÇAS, FUNDAMENTAIS.*

Desta nova cruz brotou uma nova filosofia da vida cristã, e dessa nova filosofia proveio uma nova técnica evangélica - um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. Esta nova evangelização emprega a mesma linguagem da antiga, mas seu conteúdo não é o mesmo e a sua ênfase não é como antes. A CRUZ ANTIGA NÃO FAZIA BARGANHAS COM O MUNDO. Para a jactanciosa carne de adão, ela significava o fim da jornada, punha em execução a sentença imposta pela lei do Sinai. A NOVA CRUZ NÃO SE OPÕE À RAÇA HUMANA; ao contrário, é uma companheira amigável e, se corretamente entendida, é fonte de oceanos de boa e limpa diversão e de inocente prazer. Ela deixa Adão viver sem interferência. A motivação da sua vida não sofre mudança; o seu prazer continua sendo a razão do seu viver, só que agora ele se deleita em cantar (...)

A NOVA CRUZ ESTIMULA UMA ABORDAGEM EVANGELÍSTICA NOVA E INTEIRAMENTE DIVERSA. O evangelista não exige renúncia da velha vida para que se possa receber a nova. ELE NÃO PREGA CONTRASTES; PREGA SIMILARIDADES. PROCURA CAMINHO PARA O INTERESSE DO PÚBLICO MOSTRANDO QUE O CRISTIANISMO NÃO FAZ EXIGÊNCIAS DESAGRADÁVEIS; AO INVÉS DISSO, OFERECE A MESMA COISA QUE O MUNDO OFERECE só que num nível mais alto.

Seja o que for que o mundo enlouquecido pelo pecado reclame para si no momento, com inteligência se demonstra que exatamente isso o evangelho oferece, SÓ QUE O PRODUTO RELIGIOSO É MELHOR. A nova cruz não destrói o pecador; redireciona-o. Aparelha-o para um modo de viver mais limpo e mais belo e poupa o seu respeito próprio. Àquele que é auto-afirmativo, ELA DIZ: "VENHA E AFIRME-SE POR CRISTO". Ao egoísta diz: "VENHA E EXALTE-SE NO SENHOR". ao que procura viva emoção diz: "VENHA E GOZE A VIBRANTE EMOÇÃO DO COMPANHEIRISMO CRISTÃO".

A MENSAGEM CRISTÃ SOFRE TORÇÃO NA DIREÇÃO DA MODA EM VOGA, para que se torne aceitável ao público. a filosofia que está por trás desse tipo de coisa pode ser sincera, MAS SUA SINCERIDADE NÃO A FAZ MENOS FALSA. É FALSA PORQUE É CEGA. FALTA-LHE POR COMPLETO TODO O SIGNIFICADO DA CRUZ. A antiga cruz é um símbolo de morte. Ela representa o abrupto e violento fim do ser humano. Na época dos romanos, o homem que tomava sua cruz e se punha a caminho já tinha dito adeus a seus amigos. Não voltaria. Estava saindo para o término de tudo. A cruz não fazia acordo, não modificava nada e nada poupava; eliminava o homem, completamente e para sempre. Não procurava manter boas relações com a sua vítima. Feria rude e brutalmente, e quando tinha terminado o seu trabalho, o homem já não existia. A raça de Adão está sob sentença de morte.

NÃO HÁ COMUTAÇÃO NEM FUGA. Deus não pode aprovar nenhum fruto do pecado, por mais inocente ou belo que pareça aos olhos dos homens. Deus salva o indivíduo liquidando-o e, depois, ressuscitando-o para uma vida nova. A EVANGELIZAÇÃO QUE TRAÇA PARALELOS AMISTOSOS ENTRE OS CAMINHOS DE DEUS E CAMINHOS DOS HOMENS É FALSA PARA A BÍBLIA E CRUEL PARA AS ALMAS DE SEUS OUVINTES. A FÉ CRISTÃ NÃO É PARALELA AO MUNDO; SECCIONA-O. Quando vimos a Cristo, não elevamos a nossa velha vida a um plano mais alto; deixamo-la aos pés da cruz. O grão de trigo tem de cair no solo e morrer. É preciso que nós, que pregamos o Evangelho, não nos consideremos como agentes de relações públicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. É PRECISO QUE NÃO NOS IMAGINEMOS COMISSIONADOS PARA TORNAR CRISTO ACEITÁVEL AO GRANDE COMÉRCIO, À IMPRENSA, AO MUNDO DOS ESPORTES OU À EDUCAÇÃO MODERNA.

NÃO SOMOS DIPLOMATAS, MAS PROFETAS, E A NOSSA MENSAGEM NÃO É UM ACORDO, MAS UM ULTIMATO. Deus oferece vida, não porém uma velha vida melhorada. A vida que Ele oferece é vida posterior à morte. É vida que se mantém sempre no lado oposto (posterior) ao da cruz. Quem quiser possuí-la, terá de passar sob a vara. Terá de repudiar-se a si próprio e aquiescer-se à justa sentença de Deus que o condena.

Que significa isso para o indivíduo, para o condenado que desejar achar vida em Cristo Jesus? Como poderá esta teologia ser transferida para a vida? SIMPLESMENTE, É PRECISO QUE ELE SE ARREPENDA E CREIA. É preciso que ele abandone os seus pecados e então prossiga e abandone a si mesmo. QUE NÃO CUBRA NADA. QUE NÃO PROCURE FAZER ACORDO COM DEUS, mas incline a cabeça para o golpe do severo desprazer de Deus e reconheça que merece morrer. FEITO ISSO, QUE ELE CONTEMPLE COM SINGELA CONFIANÇA O SENHOR RESSURRETO, E DO SENHOR LHE VIRÃO VIDA, RENASCIMENTO, PURIFICAÇÃO E PODER. A cruz que deu cabo a vida terrena de jesus agora põe fim ao pecador; e o poder que levantou cristo dentre os mortos agora o ressuscita para uma nova vida ao lado de cristo.

A qualquer que faça objeção a isso ou que o considere meramente como uma estreita e particular visão da verdade, permita-me dizer QUE DEUS FIXOU SEU CAMINHO DE APROVAÇÃO NESTA MENSAGEM, DESDE OS DIAS DE PAULO ATÉ AO PRESENTE. QUER EXPOSTO NESTAS EXATAS PALAVRAS, QUER NÃO, TEM SIDO ESTE O CONTEÚDO DE TODA PREGAÇÃO QUE TEM TRAZIDO VIDA E PODER AO MUNDO ATRAVÉS DOS SÉCULOS. Os místicos, os reformadores, os avivalistas, tem posto aqui a sua ênfase, e sinais, maravilhas e poderosas operações do Espírito Santo deram testemunho de aprovação de Deus. OUSAREMOS NÓS, OS HERDEIROS DESSE LEGADO DE PODER, ADULTERAR A VERDADE? OUSAREMOS APAGAR COM OS NOSSOS GROSSEIROS LÁPIS AS LINHAS IMPRESSAS OU ALTERAR O MODELO QUE NOS FOI MOSTRADO NO MONTE? Não o permita deus. PREGUEMOS A VELHA CRUZ E CONHECEREMOS O ANTIGO PODER.


*(OBS: Grifos Nossos)

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*"(...) O artigo "A CRUZ ANTIGA E A NOVA"... apareceu pela primeira vez no jornal Alliance Witness" em 1946."

http://www.musicaeadoracao.com.br/livros/adoracao_guiley/adoracao_guiley_07.htm



SOBRE TOZER:


“(...)Aiden Wilson Tozer nasceu em Newburg Pensilvânia, Estados Unidos, em 21 de abril de 1897... em 1915, ele se converteu a Cristo... Em 1919, começou a pastorear a Alliance Church, em Nutter Fort, West Virginia. Também pastoreou igrejas em Morgantown, West Virginia; Toledo; Ohio; Indianapolis, Indiana; e, em 1928, foi para a Southside Alliance Church, em Chicago. Ali, ministrou até novembro de 1959, quando tornou-se pastor da Avenue Road Church, em Toronto, no Canadá... em 12 de maio de 1963 Tozer foi chamado para a Glória.(...).”


"(...)PENSO QUE MINHA FILOSOFIA SEJA ESTA: TUDO ESTÁ ERRADO ATÉ QUE DEUS ENDIREITE (...) Esta afirmação do Dr. A. W. Tozer resume perfeitamente a sua crença e o que ele tentou realizar durante seus anos de ministério. Sua pregação e seus livros concentraram-se inteiramente em Deus. Ele não tinha tempo para mercenários religiosos que inventavam novas formas para promover suas mercadorias e subir nas estatísticas. Tozer marchou ao ritmo de uma batida diferente e, por esta razão, normalmente não acompanhava os passos de muitas das pessoas que participavam de desfiles religiosos(...) .“


http://www.editoradosclassicos.com/autores_detalhes.php?autor_id=2