Por Olavo de Carvalho
“A palavra "fanático", (...) parecerá insultuosa e inaceitável aos que, como bons medíocres, só entendem "fanatismo" na acepção vulgar e quantitativa da exaltação frenética. O verdadeiro fanatismo, ao contrário, é inteiramente compatível com a serenidade do tom e enverga, não raro, convincentes sinais de "moderação". O fanático não precisa ser irritadiço, nervoso ou hidrófobo. Apenas, ele está tão afinado com a ideologia coletiva que ela basta como canal para a expressão de seus sentimentos, vivências e aspirações, sem nada sobrar daquele hiato, daquele abismo que o homem diferenciado vê abrir-se, com freqüência, entre seu mundo interior e o universo em torno (...). O fanático, nesse sentido, é desprovido daquela solidão, daquela profundidade, daquela tridimensionalidade próprias dos que "estão no mundo, mas não são do mundo". Ele, ao contrário, pode "não estar" no mundo, mas, com toda a intensidade do seu ser, "é" do mundo. ”
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Fragmento do texto: PSICOLOGIA DO FANATISMO
Texto na íntegra em:
http://www.olavodecarvalho.org/semana/11212002jt.htm
sábado, 5 de maio de 2012
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Tem razao, ou melhor, deve ter razao, vindo de Olavo de Carvalho. Nunca tinha pensado nesse ponto de vista, ou melhor ainda, nao sabia que a palavra conotava esse sentido mais puro. Sempre associei, como a grande maioria, a palavra fanatico com paixao beirando ou estrapolando para insanidade ou desiquilibrio mental. O dificel, pensando aqui comigo, seria doravante usar a palavra dentro deste novo contexto sendo que poucos entenderiam. hm
ResponderExcluirRicardo Kim
Com certeza sim, meu caro amigo.
ExcluirAbraço.