sábado, 28 de agosto de 2010

VELEJAR É PRECISO

Por Joelmir Beting

O chanceler brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que também está presidente da República, encerrou hoje sua estada de dois dias no Chile e repete a dose amanhã no Equador. Na agenda, estreitamento das relações do Brasil com a Comunidade Andina. Só faltou na mesma agenda uma esticada até Caracas para um abraço de confraternização com o companheiro Chávez, ressegurado no trono da Venezuela.

Na semana passada, o chanceler Lula esteve igualmente estreitando relações com o novo governo da República Dominicana, com sobras para o jogo da paz da seleção no Haiti. Resta saber qual é a próxima viagem do presidente ao Exterior, provavelmente na primeira semana de setembro. Ou qual é a agenda do presidente nesta sua próxima visita a Brasília, a partir de quinta-feira.

Bem, nada contra a exposição internacional do presidente Lula. Isso soma para o ego dele e do PT e para a imagem adocicada do Brasil. O problema é que governar não é velejar. Governar é despachar. Um pesado batente de gabinete, 10 horas por dia, de segunda a sábado, com direito a churrasco domingueiro na Granja do Torto. É o que pede um Brasil ainda em estado de emergência nacional.

Ocorre que o presidente vai completar agora em agosto 20 meses de governo com a seguinte distribuição dos 608 dias de agenda presidencial: 241 dias pelo mundo, 212 dias pelo Brasil e apenas 151 dias em Brasília.

Para cada dia em Brasília, três dias velejando pelo Brasil e pelo mundo. Ou se preferem: em 20 meses, 40 viagens ao Exterior, visitando 63 paises.

Vai para o Guiness. Ganha até do secretário geral da ONU.
(24/08/2004)


(Fonte: http://www.joelmirbeting.com.br/noticiadetalhe.aspx?IDgNews=2&IdNews=25401)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

LIBERDADE RELIGIOSA OU ESCRAVIDÃO

Por Belcorígenes de Souza Sampaio Júnior


Em um Estado Constitucional de Direito, NINGUÉM pode ser obrigado a pautar a sua existência pessoal na fé religiosa ou na crença em doutrina religiosa qualquer. Porém, dentro desta mesma ordem democrática, TODOS estão indelevelmente obrigados a respeitar aqueles que, LIVREMENTE, assim o fazem. Eis ai, em resumo, a essência do que se convencionou chamar de LIBERDADE RELIGIOSA.

Assim, toda espécie de conduta que indique patrulhamento ideológico/religioso é ilegal, imoral e perversa. Ilegal por ferir gravemente o ordenamento constitucional e os princípios internacionais de direito. Imoral por lançar na indecente lixeira do desrespeito todas as conquistas libertárias durante conquistadas no mundo ocidental. Perversa por constranger, oprimir e infligir desconforto ao crente, ao fiel, ao CIDADÃO que no livre exercício do seu pensamento e da sua consciência, altar maior da liberdade, evocou para si a identidade religiosa na qual se insere no mundo.

Este ser humano que ousou exercer o seu justo direito de viver em conformidade e harmonia com o que pensa e sente não pode, em razão da sua escolha, ser vilipendiado, discriminado, humilhado, preterido e desprestigiado.

Pensar diferente é autorizar o arbítrio sobre terceiros em sede de consciência e ideologia, é permitir a ronda autoritária nas categorias mais profundas da mente humana, é convenir com o patrulhamento ressentido, colérico e antijurídico dos que se sentem acima do BEM e do MAL. É coadunar com as acusações levianas, feitas aos diferentes, de estarem, estes, “aborrecidamente” exercendo o seu jus credere et habere fidem, quando em verdade a VERDADE mesma, sabemos, é uma incerteza.

Liberdade para crer ou escravidão ideológico-laicista? Não se trata aqui de uma simples questão de bom senso e sim de uma visão de futuro e cultura que queremos ter e cultivar. Diferente do confronto dialético salutar e respeitoso entre culturas opostas, que deve ser perfeitamente permitido, o assédio ao livre exercício da convicção individual, seja ela política, religiosa ou moral, ergue-se à categoria de atentado ao próprio conceito de HUMANIDADE.

domingo, 22 de agosto de 2010

ORIGEM DOS DIREITOS DOS POVOS (Fragmentos)

Por Jayme de Altavila



“Os direitos sempre foram espelhos das épocas.

O Tigre e o Eufrates refletiram menos o povo mesopotâmico do que o baixo-relevo descoberto por Morgan, representando Shamash, o deus da justiça, entregando ao rei faustoso o código cuneiforme.

E o Tigre, com suas águas tintas de sangue romano, desde Rômulo, muito menos retratou o povo das sete colinas, do que a Lei das XII Tábuas.

Inspirados nas necessidades de cada tempo, eles não foram benignos nem draconianos: foram o espírito ático de Sólon e alma acanhada de Dracon, traduzindo os merecimentos de suas épocas.

Desta forma, a força acessual (sic) dos direitos nunca procedeu do individualismo, pois o homem sempre foi um fio do tecido social, ou uma lasca da linha da cumieira das civilizações.

Os artífices dos direitos dos povos não fizeram outra coisa senão olhar argutamente a sua sociedade e pinta-la. Os retratos jurídicos apenas revelam os seus estilos, porém as fisionomias estampadas nos pergaminhos, nos tijolos, nas pedras e nas tábuas, eram as mesmas do seu ambiente.

(...)Cumpridas as suas gloriosas missões, lá estão eles, em parte soterrados na areia e, em parte, sobressaindo dela, sob a luz opalescente, implacável e fria de um crepúsculo que não acaba nunca.

Imprestáveis para o uso, servem, porém, dentro daquele cenário impiedoso de naufrágio, para se observar a perícia dos estaleiros de onde saíram, o material de resistência com que foram estruturados e a capacidade técnica dos armadores remotos.

Singraram os sete mares do mundo, sob pressão de todos os ventos e dentro das auras de todas as bonanças. Naufragaram com as suas gerações, porém, ainda hoje, em algumas naus contemporâneas, encontraremos um mastaréu que as recorda, um traço das suas construções primevas.”




ALTAVILA, Jayme de. Origem dos Direitos dos Povos. São Paulo: Ícone, 2004, p.11,12.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Patologia Intelectual da Nova Era

Por Marcus Paulo Rycembel Boeira

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Há duas estradas pelas quais caminha a teologia imanentista da história: de um lado, a pretensão de secularização completa da cultura e da moral; de outro, a cristalização das categorias espirituais, tais como desenhadas nas antigas tradições e modelos culturais.

Na verdade, nessas duas perspectivas percebe-se a clara intenção de se acabar coma relação entre o imanente e o transcendente presente em todas as religiões. O nexo simbólico estabelecido entre esses dois campos da dimensão cósmica se harmonizam e completam das formas mais variadas possíveis nas tradições religiosas. Porém, em todas elas há um aspecto permanente de dependência e mútua conexão entre tais campos. Com a nova teologia da história, alimentada pelos auspícios da nova era, nota-se uma ambigüidade de exageros. De um lado, a tentativa de secularizar completamente a realidade humana, transformando o pensamento humano em insights sem fundamentação, sem nexo com as possibilidades transcendentais. A hermenêutica e o conjunto de significados advindos com a “nova cultura” assusta todo aquele que concebe o cenário do pensamento humano não apenas como algo próprio de seu tempo, mas que atravessou a história da civilização, em um dinâmica de contradição e síntese.

Por outro ângulo, vemos que tal proposta, no mais das vezes, nada mais representa senão uma autêntica “cristalização das categorias espirituais”. Uma visão que busca promover o “novo”, desconsiderando o “velho”! Tratam da cultura como se fosse algo de seu tempo, desconsiderando a herança moral; o legado cultural fora abandonado por um idealismo utópico, impossível e, certa maneira, messiânico. Nossos “agentes culturais”, à moda gramsciana, promovem o “novus ordo seclorum” sem nenhum remorso, com a crença apocalíptica de que descobriram o mundo!

Fazem de suas teorias simbolizações artificiais daquilo que acreditam ser eterno, com argumentos vorazes, de cães ferozes, defensores de um mundo desenhado em suas próprias mentes doentias.

A visão da “nova era”, da “nova cultura”, não é nova. Os antigos gnósticos, infiltrados na cristandade, procuraram usar de artifícios intelectuais bastante sedutores para pregarem o que acreditavam ser a “verdade”. Negavam o Cristo, pregando um “cristo” próprio, fruto de suas idéias torpes e inúteis. Fazem das mentiras que propagam grandes espetáculos da cultura, como se suas mentalizações simbólicas pudessem representar a “normalidade”. Transformam a anormalidade em algo normal, em acordo à suas pretensões sádicas e messiânicas.

Eis a mentalidade moderna, oriunda dos positivismos e marxismos, enfim, de idéias utópicas e salvacionistas de um mundo novo, imaginado pelas mentes “desprovidas” de culpa, sem juízo, sem responsabilidade individual.



Disponível em: http://marcusboeira.blogspot.com/2010/08/patologia-intelectual-da-nova-era.html

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tipos de amor na Bíblia

Por Leandro Teixeira


Vamos entender melhor o significado da palavra “amor” na Bíblia, e compará-la com seu uso habitual. Temos basicamente 4 palavras gregas para se traduzir como amor. São elas: Eros (físico, sexual), Storge (familiar), Philos (amizade) e Ágape (amor incondicional).

Obs.: Este conteúdo foi trabalhado com a turma de jovens da EBD na 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular, em Santo Ângelo - RS, no dia 29 /04/07.
1. EROS (físico, sexual):

Chamaremos eros de “amor bolo de morangos”. Eu quero o bolo. Eu o quero tanto, que se o conseguir irei consumí-lo sem ao menos pensar em como o bolo se sente. É exatamente assim que algumas pessoas tratam seus semelhantes.

Eros é um amor que toma.

Expressões que caracterizam o amor eros:

• Você me faz bem;

• Você é meu/minha;

• Você é lindo(a);

• Você me pertence;

• Teu corpo é perfeito;

• Eu amo você porque você me faz feliz.

• “O amor é cego”

Por exemplo, eros está representado no livro de Cantares (onde Salomão deleitava-se com a beleza de sua amada) e na tradução de Provérbios 7:18, onde uma prostituta faz o seguinte apelo: “Vem,embriaguemo-nos com as delícias do amor, até pela manhã”. Nesse versículo, “amor” é uma representação para eros.

A primeira palavra grega é eros. Aparece com freqüência na literatura grega secular, mas não na Bíblia. Eros é o amor totalmente humano, carnal, voltado para o sexo. Daí a nossa palavra ERÓTICO.

Esse tipo de amor pode até incluir algum sentimento verdadeiro, mas é, basicamente, atração física, desejo sexual e expectativa de satisfação pessoal. O eros apresenta-se como amor pelo outro mas é amor por si próprio.

Sua melhor declaração é “Eu amo você porque você me faz feliz”. Ou “Eu me sinto fortemente atraído por sua amabilidade (você me amará), por seu temperamento alegre (você me diverte), por sua beleza e sensualidade (você me dará prazer), por seu talento (eu me orgulho de você)!” Porém, quando uma ou mais destas características desaparecem, o amor morre. Esse tipo de amor só quer receber. O pouco que ele dá, é com o intuito de receber algo em troca.

Infelizmente, muitos jovens escolhem o namorado ou a namorada, que poderá ser o companheiro ou companheira para toda a vida, com base apenas no eros. As relações físicas são antecipadas; a intensidade do eros prejudica o amor genuíno. Os namorados, mesmo não sabendo quase nada um do outro, pensam que esse tipo de amor os manterá juntos. Mas isto geralmente não acontece. Seu amor não é o verdadeiro amor.

A ênfase exagerada no eros é alimentada por uma filosofia playboy. Esta filosofia estimula em extremo a sensualidade, tanto da mulher como do homem; a mulher desnuda-se e exibe-se pelo prazer da sedução e do sexo; o homem cobiça e apropria-se pelo prazer do machismo e do sexo; a mulher é mero objeto sexual, um brinquedo (perigoso) para o homem (criança) egoísta. Nessa filosofia, relação sexual é sinônimo de “fazer amor”.

Casamentos construídos apenas sobre bases físicas e eróticas não duram muito... Antes do pleno envolvimento físico, os pretendentes precisam se conhecer nas áreas mais importantes da alma e do espírito. Para tanto, têm que namorar e noivar, por algum tempo, antes de se entregarem um ao outro, definitivamente, no casamento. O relacionamento sexual após o casamento será a coroação de um relacionamento

• consolidado,

• comprometido e

• crescente.

Se você cometeu o erro de se casar (formal ou informalmente) na base do eros, apenas, aqui está uma boa notícia para você: O AMOR PODE CRESCER. Não crescerá automaticamente, mas na medida em que você o cultivar. Portanto, a única esperança para o seu casamento é ascensão aos níveis mais altos do amor.


2. PHILOS (amizade):

Chamaremos esse tipo de amor de “amor time de boliche”. Ele usa essa designação porque há uma troca mútua, um compartilhar. Em geral, baseia-se numa apreciação recíproca que pode ser destruída se um ou outro não for recíproco. Por exemplo: digamos que você é um bom jogador de boliche, eu sou um bom jogador de boliche e nós dois somos ótimos jogadores. Gostamos de estar no mesmo time de boliche.

Mas você começa a beber demais e só lança bolas na canaleta. Resultado: você é tirado do time de boliche. Por mais caloroso que seja o amor philos, ele tem suas deficiências.

Relaciona-se com a alma, mais do que com o corpo. Lida com a personalidade humana – o intelecto, as emoções e a vontade. Envolve compartilhamento mútuo. Em português, a palavra mais próxima é amizade. A forma nominal é usada apenas uma vez no Novo Testamento (Tg 4.4), mas o verbo “amar”, no sentido de “gostar”, e o adjetivo “amável” são usados muitas vezes. Este é o grau de afeição que Pedro disse ter por Jesus quando este lhe perguntou, “Simão, filho de João, tu me amas?”. O pescador respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. No original grego, o sentido é: “Sim, Senhor, tu sabes que gosto de ti, que sou teu amigo” (Jo 21. 15,16).

Neste nível, o amor é menos egoísta, mas ainda contempla o prazer, a realização e os interesses pessoais. Não deveria, mas... Normalmente, desenvolvemos amizades com pessoas cujas características nos agradam, cujos interesses intelectuais e gostos compartilhamos. Desejamos e esperamos que estes relacionamentos sejam agradáveis e nos beneficiem de algum modo. Damos, sim, amizade, atenção e ajuda, mas com alguma motivação egoísta. Mesmo assim, philos é um nível de amor mais elevado do que eros. Nesse nível, “nossa” felicidade é mais importante do que “minha” felicidade.

Muitos casamentos comparativamente felizes são construídos nesse nível. É muito bom quando marido e mulher são amigos. Alguns maridos e esposas dizem que se amam, mas, no dia a dia, nem amigos eles são. Prova disto é que não têm sequer prazer e empolgação com a companhia, os interesses e assuntos um do outro.

Um casamento não pode sobreviver a menos que cresça pelo menos até ao nível do philos. Se você é jovem e está pensando em se casar, você deve tomar tempo para verificar se gosta realmente da pessoa com quem você pretende se unir para o resto da vida. Seguramente, essa pessoa tem defeitos, características e hábitos que poderão irritá-lo ou mesmo exaspera-lo no dia a dia da vida conjugal. Você vê mais virtudes do que defeitos e gosta dessa pessoa o bastante para perdoá-la, ajudá-la e fazê-la feliz?

Provavelmente você já ouviu esta frase romântica: “O amor é cego!” Cuidado! O único amor cego é o eros. Esse tipo de amor realmente fecha os olhos para as faltas, ri dos defeitos e racionaliza os problemas potenciais (a menos que a pessoa amada não seja interessante em seu aspecto físico). Philos, por outro lado, honestamente encara os defeitos e decide se eles podem ser superados pelas virtudes.

Philos é o meio caminho do amor verdadeiro – dá um pouco para receber um pouco, numa proporção de 50% a 50%. Um casal pode viver razoavelmente bem com esse tipo de amor, enquanto cada um fizer a sua parte e as circunstâncias forem favoráveis. Porém, se um deles deixa de fazer a sua parte, ou se ocorrem circunstâncias adversas (crise financeira, enfermidade grave, tensões com parentes, problemas sexuais, problemas com os filhos etc), a amizade sofre. Philos não agüenta muita pressão. No fim, torna-se egoísta e exigente. Vêm os conflitos. A amizade vira inimizade. A única esperança para um casamento estável, bem-sucedido e feliz é o crescimento para o nível mais alto do amor.

Philos é um amor que troca.

Entenda a seguinte comparação:

Você têm um amigo, aqui chamado Manoel. Você, Manoel e outros amigos em comum sempre saem juntos. Vão a uma lancheria, por exemplo. Vocês sempre dividem a conta. Mas Manoel nunca participa desta divisão. Não “colabora” com nenhum real. Exemplo do amor 50% dado – 50% recebido. Você divide a conta porque isto te beneficia também. Porém, você se sente incomodado com o fato de Manoel nunca participar da divisão. Você começa a não convida-lo mais para sair. Afinal, ele não dá retorno algum pra ti. Resumindo... um “amor” um tanto quanto egoísta. O amor do tipo Philos não é um amor que doa; sempre espera algo em troca.

Expressões que caracterizam o amor philos:

• metade da laranja;

• ele/ela me completa;

• ele/ela pensa como eu;

• ele/ela me ajuda em casa;

• ele/ela me dá presentes;

• Gostamos da mesmas coisas;

• Fazemos muitas coisas juntos;


3. STORGE (familiar):

Chamaremos esse amor de “amor da tia Maria”.

Amamos tia Maria e tentamos ajudá-la, não com base na atração física (eros) dela, mas porque ela é a nossa tia Maria. Ela pode ficar velha, surda e meio-cega, mas ainda é a nossa tia Maria.

Um excelente exemplo desse tipo de lealdade encontra-se em 2 Samuel 21:10 e 11, onde “Rispa montou guarda ao lado dos corpos de seus dois filhos e outros parentes, espantando dali aves de dia e animais do campo à noite”.

É o amor mais relacionado à família – Rm 12.10 – Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. O desaparecimento desse amor é mencionado em Rm 1.31 – insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia e 2 Tm 3.3 – sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons.

O AMOR FAMILIAR – num certo sentido todos somos filhos de Adão, porém nem todos somos filhos de DEUS, somente os nascidos de novo, regenerados pelo poder da Palavra de DEUS, assim a família de DEUS só é formada por salvos em CRISTO.

A família moderna estrutura-se basicamente em torno do casamento, e nesse sentido, é uma família conjugal – sei que há a “família pós-moderna” e seus novos arranjos sociais, aos quais não vou tecer considerações nesse momento (pais separados, casais homoafetivos, adoção pelos avós e outros).

A relação familiar é algo extremamente COMPLEXA e DINÂMICA. Daí o amor se constituir em um desafio de escolha à cada dia: escolher amar o outro apesar das diferenças e do desgaste que muitas vezes a relação apresenta diante do fator tempo.

Você pode estar pensando que isso não é fácil, mas com a sua escolha adicionada à graça de Deus torna-se possível. Porque família é projeto de Deus em primeiro lugar; Ele é o maior interessado. Mas família também tem que ser projeto de homens e mulheres; ou seja, É PRECISO IMPLICAÇÃO DE CADA MEMBRO FAMILIAR.


4. ÁGAPE (amor incondicional):

Chamaremos portanto, o amor ágape de “amor chuva-sobre-justos-e-injustos”. Deus não isola pequenas áreas onde estão as pessoas boas e faz chover somente ali. Ele deixa a chuva cair sobre os maus também. A ilustração clássica desse tipo de amor encontra-se na história do bom samaritano (Lucas 10:29–37), que é contada para ilustrar o amor (agape) ao próximo (v. 27). Quando o samaritano olhou para o homem ferido e sangrando, não houve atração física (eros). O homem que havia sido açoitado não era um ente ou conhecido querido; os judeus e os samaritanos se odiavam(não tinham amor storge). O homem deixado à beira da estrada não era um amigo; ele não tinha nada para oferecer; não havia possibilidade de ação recíproca (philos). Qual seria a única motivação possível para o viajante ajudá-lo? Ele era um semelhante, um ser humano e o bom samaritano disse, em outras palavras: “Por isso eu vou ajudá-lo”. Isto é amor agape.

Esse tipo de amor não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada, mas por Deus. Ágape ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não tem muito valor, não corresponde. Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do outro, a qualquer preço. Não dá 50% para receber 50%; dá 100% e não espera nada em troca.

Há quem diga: “Mas isto não é possível, não é humano!” Tem razão. Ninguém pode amar desse jeito... a menos que Deus lhe dê esse tipo de amor. Ágape é amor divino! Jesus e os apóstolos usaram este substantivo (e o verbo correspondente) quando se referiram ao amor de Deus. Veja estas passagens: Jo 3.13; Rm 5.8; I Jo 4.8-10. O Novo Testamento nos ensina também que quando nós nos arrependemos dos nossos pecados e cremos em Cristo, recebendo-o como nosso Salvador e Senhor, Deus derrama seu amor em nosso coração (Rm 5.5). A partir daí, espera-se que o amor de Deus se manifeste através de nós, nos nossos relacionamentos, principalmente com o cônjuge. Veja Ef 5.25 e Tt 2.3-4.

Isto não é fácil... Todos queremos ser amados... Fazemos de tudo para conseguir um pouco de amor... E o que acontece? Nossos esforços neste sentido acabam dificultando ainda mais as coisas; talvez até afastem de nós a pessoa cujo amor tanto almejamos. A duras provas, descobrimos que é preciso amar primeiro... com amor ágape!

Em I Jo 4, há várias referências ao amor de Deus por nós e recomendações para nos amarmos também uns aos outros. Nesse contexto, o apóstolo explica porque ou como isto é possível: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro” ( I Jo 4.19). O amor de Deus por nós ensina-nos a amar ou gera amor em nosso coração.

Deus nos ama como somos, a despeito da nossa pecaminosidade, das nossas atitudes e atos egoístas. Refletindo sobre isto, observando e agradecendo as manifestações diárias do seu amor, aprenderemos a amar de verdade. Além disso, o Espírito Santo faz alguma coisa sobrenatural em nosso coração... “O fruto do Espírito é amor...” (Gl 5.22). Só assim, seremos capazes de amar, no sentido mais elevado e nobre do termo.

Note que esse amor não é um esforço que fazemos porque é a única maneira de conseguirmos que uma certa pessoa nos ame.

Esse amor, o amor de verdade:

• É ordenado por Deus... para nos induzir.

• É exemplificado por Deus... para nos ensinar.

• É produzido por Deus... para nos capacitar.

O marido ou esposa que ama assim não tenta mudar o cônjuge, não cobra dele o amor desejado. Simplesmente ama, sem cobrar nada em troca. Entretanto, assim como “nós amamos porque Deus nos amou primeiro”, o cônjuge amado, mais cedo ou mais tarde, responderá com amor. O princípio é simples: amor gera amor! Outras passagens ensinam esta mesma verdade. Lc 6.38; Gl 6.7.

Ágape é o amor que dá, de graça; dá 100% e não espera nada em troca.

Frases típicas:

• Eu te amo (sem um porquê).

• Você precisa ficar internado algum tempo, porque eu te amo (numa clínica de drogas, ou até mesmo preso) – chamados por uns de “amor firme”;

• Eu te amo e por isso você precisa de correção (lembra de Hb 12:6?);

• “Vai doer mais em mim do que em você” – sem o sentido pejorativo.


Conclusão

Não amamos porque somos naturalmente bons, mas porque nascemos da graça. Não cumpriremos a lei para fazer-nos “justos”, mas porque ele nos justificou com sua justiça. Não brilharemos porque temos luz própria, mas porque refletimos o sol da justiça.

Ora, o mandamento é este:

1 – que creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo

2 – e que amemo-nos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.

E aquele que guarda os Seus mandamentos, permanece nele e Ele naquele.

O AMOR CRISTÃO precisa ser demonstrado no dia-a-dia por todos os crentes, para que possamos alcançar os perdidos para Deus. Sem amor, não se evangeliza, não se discipula.

O amor leva-nos a realizar a obra missionária e a evangelizar. Através dele, podemos louvar e adorar a Deus em “espírito e em verdade”.


Por Leandro Teixeira.

Baseado em Lições Bíblicas.



Disponível em: http://liberdadeepensar.blogspot.com/2007/10/tipos-de-amor-vamos-entender-melhor-o.html