terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Patologia Intelectual da Nova Era

Por Marcus Paulo Rycembel Boeira

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Há duas estradas pelas quais caminha a teologia imanentista da história: de um lado, a pretensão de secularização completa da cultura e da moral; de outro, a cristalização das categorias espirituais, tais como desenhadas nas antigas tradições e modelos culturais.

Na verdade, nessas duas perspectivas percebe-se a clara intenção de se acabar coma relação entre o imanente e o transcendente presente em todas as religiões. O nexo simbólico estabelecido entre esses dois campos da dimensão cósmica se harmonizam e completam das formas mais variadas possíveis nas tradições religiosas. Porém, em todas elas há um aspecto permanente de dependência e mútua conexão entre tais campos. Com a nova teologia da história, alimentada pelos auspícios da nova era, nota-se uma ambigüidade de exageros. De um lado, a tentativa de secularizar completamente a realidade humana, transformando o pensamento humano em insights sem fundamentação, sem nexo com as possibilidades transcendentais. A hermenêutica e o conjunto de significados advindos com a “nova cultura” assusta todo aquele que concebe o cenário do pensamento humano não apenas como algo próprio de seu tempo, mas que atravessou a história da civilização, em um dinâmica de contradição e síntese.

Por outro ângulo, vemos que tal proposta, no mais das vezes, nada mais representa senão uma autêntica “cristalização das categorias espirituais”. Uma visão que busca promover o “novo”, desconsiderando o “velho”! Tratam da cultura como se fosse algo de seu tempo, desconsiderando a herança moral; o legado cultural fora abandonado por um idealismo utópico, impossível e, certa maneira, messiânico. Nossos “agentes culturais”, à moda gramsciana, promovem o “novus ordo seclorum” sem nenhum remorso, com a crença apocalíptica de que descobriram o mundo!

Fazem de suas teorias simbolizações artificiais daquilo que acreditam ser eterno, com argumentos vorazes, de cães ferozes, defensores de um mundo desenhado em suas próprias mentes doentias.

A visão da “nova era”, da “nova cultura”, não é nova. Os antigos gnósticos, infiltrados na cristandade, procuraram usar de artifícios intelectuais bastante sedutores para pregarem o que acreditavam ser a “verdade”. Negavam o Cristo, pregando um “cristo” próprio, fruto de suas idéias torpes e inúteis. Fazem das mentiras que propagam grandes espetáculos da cultura, como se suas mentalizações simbólicas pudessem representar a “normalidade”. Transformam a anormalidade em algo normal, em acordo à suas pretensões sádicas e messiânicas.

Eis a mentalidade moderna, oriunda dos positivismos e marxismos, enfim, de idéias utópicas e salvacionistas de um mundo novo, imaginado pelas mentes “desprovidas” de culpa, sem juízo, sem responsabilidade individual.



Disponível em: http://marcusboeira.blogspot.com/2010/08/patologia-intelectual-da-nova-era.html

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